luns, 26 de agosto de 2013

UM APELIDO. UM NOME. LAMA/LAMAS/LAMELA/LAMELAS/LAMAZARES.


                                                                       Por UM-DO-CHAO.


O apelido.
Apelido geográfico pois se refere a umha realidade da natureza, como é um certo tipo de terreno alagado, formando barro, lodo ou lama, o que, por sua volta, deriva em lameiro, que tamém se asimila a pradeira ou pasteiro, e lamazal/lamazares. De geográfico ou topográfico passou a ser toponímico, val dizer, originado em nome de paragens e de núcleos povoados bem concretos. Temos equivalente astur-leonês em apelidos como Llamas e Llamazaares, o primeiro levando-nos a confundi-lo co castelhano llamas, lapas de lume ou fogo. Lamela e Lamelas som outros seus derivados (por diminuçom) tam presentes na toponímia como na onomástica.
Vemos que é bem mais numeroso o apelido Lamas do que Lama; e que nom parece existir o singular de Lamazares… caprichos das línguas, que nom sempre evolúem com fria lógica… a semelhança do que se passa cos verbos chamados de irregulares…
Etimologicamente lama/s é de origem confussa, latina em princÍpio, tamém emparentado com limo e até cos topónimos Lema, Lemos e Limia. Além disto, Lamas  evoca-nos os lamas, ou monges tibetanos; do mesmo jeito que Lima do Peru, nada tem a ver co rio que os portugueses chamam Lima e nós Limia. Dous mais dos numerosos casos de homonímia entre línguas que nom tenhem parentesco ningum.

As personagens.

Valentín Lamas Carvajal
Empezando por casa, aí temos como exemplo sobranceiro a:
1 Valentín LAMAS Carvajal (com esse seu apelido materno castelhano) (1849-1906), o inventor do famoso seu heterónimo Frei Marcos da Portela, cujo fruito mais popular foi o Catecismo do Labrego, sem esquecermos a sua poesía: “Fálame nesa fala melosiña…”
Para falarmos dos Lamas no mundo, nom temos mais remédio que nos mergulhar numha família que florescéu nos dous países do Prata: Uruguai e Argentina. Assi:
2 Andrés LAMAS Alfonsín (uruguaiano, 1817-1891), controvertida personagem tam decimonónica como o nosso Valentín, que foi político, diplomata e escritor e jornalista, com cultura nada comum. El era neto paterno de Domingo Lamas, de Redondela, e de Francisca Regueira, de Ferrol, casados em Montevidéu, e neto materno doutro galego, este de Caldas de Reis: Melchor Alfonsín (seguramente relacionado co que fora presidente argentino do XX, Raúl Alfonsín).

Carlos Saavedra Lamas
3 Carlos Saavedra LAMAS (argentino, 1878-1959), pertencente à mesma família, quem foi tamém político e diplomata, participando em foros internacionais ao maior nível, a prol da paz e dos direitos dos trabalhadores, conseguindo (1936) que se assinasse a paz entre Bolívia e Paraguai, fito que marcou a fim da sangrenta Guerra del Chaco, o que lhe valéu a concessom, dito ano, do Prémio Nobel da Paz.

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